31 de jan. de 2013

PENSAMENTO DE FINAL DE MÊS


BOM DIA!!!
 
Hoje meu coração acordou à beira desse rio, lembrando a (velha e batida, mas aparentemente não suficientemente assimilada) canção: how many roads must a man walk down...

30 de jan. de 2013

VIVENDO - PARTE 2



DESABROCHOU!!!

E pra provar que a vida é mesmo cheia de surpresas - ou que meus conhecimentos em botânica são no mínimo questionáveis-, o que eu achava que era um Lírio Tigre acabou sendo um Lírio Vermelho.

Mas é um lírio. E é lindo. E eu que plantei.

Coisinha de nada, mas me faz muito feliz.

29 de jan. de 2013

CEDO DEMAIS PARA MORRER


Diz-se da foto aí que se trata de tatuagem feita por Raquel Daiane Fischer, filha de uma professora e um sindicalista. Ela tinha 19 anos e era natural de Horizontina, onde fora rainha da última edição da Feira Internacional de Tecnologia da Informação (FEINTECH).
 
Raquel morreu em Santa Maria onde estudava Tecnologia dos Alimentos, na UFSM.
 
A essa altura já vejo muita gente suspirando e revirando os olhos: "chega de falar nisso", "não tem outra coisa pra falar?"... a essas pessoas eu digo: vocês são vítimas também.
Vítimas da autofagia do novo, do espetáculo; estão condenadas a gastar seu tempo de vida na solidão a que se confinam pessoas que perderam a dimensão da humanidade.
 
Desculpem: não vou trocar de assunto.
 
O que aconteceu em Santa Maria não pode ser reduzido à banalidade das fofocas de celebridades ou ao sensacionalismo melodramático das manchetes que invadem as mídias sociais por algumas horas, para serem esquecidas logo depois.
 
E se minhas palavras te irritaram, há um botãozinho mágico aqui no Facebook que resolve tudo. Vá em frente: estará fazendo um favor a mim também.
 
O que eu tinha para falar sobre leis, punições, serviços e tudo o mais, eu já fiz. Em momento algum, até agora, havia me debruçado sobre as vidas perdidas justamente para não  endossar o coro histérico dos traumatizados by proxi, (que considero um insulto egocêntrico e insensível aos familiares dessas centenas de garotas e rapazes).
 
Se há algo que essas famílias precisam de nós neste momento, é da nossa força e lucidez, porque somos nós, eu e você, que vamos determinar a dimensão histórica dessa tragédia, e, consequentemente, se seus entes queridos morreram em vão: se foi esta a derradeira ou só mais uma "tragédia brasileira" a engrossar a lista infindável de horrores que nos revoltam a todos para, caindo no esquecimento, abrir caminho para sua repetição.
 
De minha parte, vem um longo e extenuado BASTA.
 
Não aponto dedos a políticos, governos ou indivíduos: a extensa cadeia de (ir)responsabilidades que permeia a fibra de nossa sociedade é a culpada, e o Brasil inteiro hoje deveria sentar no banco dos réus.
 
Porque ao mesmo tempo que nos mostramos chocados, nos omitimos a toda a sorte de disparates. Está na cultura de todo o brasileiro exigir dos outros o cumprimento das mesmas leis e normas que quebramos, conforme a conveniência do momento - sim, sempre há uma boa explicação pra estacionar onde é proibido parar: "é rapidinho"; ou pra beber aquele golinho antes de pegar a direção "é só uma cervejinha"; ou até mesmo pra subornar aquele fiscal "é só uma burocracia de nada".
 
Os garotos e garotas, irmãos, irmãs, filhos, pais, mães, militares, bacharéis, doutores e mestres de Santa Maria morreram por "detalhes técnicos".
 
Quantos mais serão necessários?
 
Agora eu desabafei.
BOM DIA!!

28 de jan. de 2013

VIVENDO



BOM DIA!
 
O tempo me aproxima das plantas. Sempre fui muito mais uma pessoa "dos bichos" do que "das plantas". Ultimamente, no entanto, talvez para compensar a feiura desse Koyaanisqatsi, sinto-me cada vez mais compelida a revirar a terra, plantar e regar sementes num afã de trazer de volta à luz as cores e a delicadeza violentadas cotidianamente pela insensibilidade das pessoas "do dinheiro".
 
(foto: lírio-tigre desabrochando em meu pequeno jardim, hoje pela manhã)

21 de jan. de 2013

SONHEI



BOM DIA!!!
 
Esta noite em sonho, percorri as vielas de Albarracín.
 
O estranho é que não só nunca estive lá, como sequer tinha ouvido falar. Mas no momento que busquei por imagens de um antigo vilarejo espanhol com pedras alaranjadas, ali estava: exatamente como sonhei. Quanto mais fotos encontrei, mais certa fiquei que aquele era o lugar do meu sonho.
 
Albarracín fica no Sudoeste da província de Teruel, na comunidade de Aragón e já era habitada na Idade do Ferro, quando por lá viviam os celtas de los lobetanos.
 
O nome Albarracín é uma corruptela do berebere Al-Banu-Razin (os filhos de Razin), e surgiu na Idade Média (por volta de 1010) quando da ocupação moura na Península Ibérica. Al-Banu-Razin era um pequeno reinado, nem sempre submetido ao califado de Córdoba.
 
Posteriormente, por cessão ou conquista, a região passou a ser dominada pela linhagem cristã dos Azagra, que a mantiveram independente do reino de Castilla y Aragón a ferro e fogo. Em abril de 1284, por ordem de Pedro III de Aragón, Albarracín é sitiada, rendendo-se em setembro daquele mesmo ano. Em 1300 foi definitivamente incorporada à coroa espanhola.
 
O que tudo isso tem a ver comigo? Não sei. O tempo o dirá.

18 de jan. de 2013

O MITO DA CRIAÇÃO SEGUNDO OS KHOISAN¹




Houve um tempo em que homens e animais viviam abaixo da superfície da Terra, juntamente com Kaang, o Grande Mestre e Senhor da Toda a Vida.

Neste lugar, homens e animais viviam juntos em paz. Todos se entendiam e não havia necessidade de nada. E, apesar da ausência do sol, nunca era noite.

Nessa época abençoada, Kaang começou a planejar as maravilhas que colocaria no mundo acima.

Primeiro Kaang criou uma grande árvore, com galhos que cobriam todo o território, depois seguiu decorando o mundo à sua vontade.

A certa altura, dando-se por satisfeito, Kaang voltou à enorme árvore que criara e na base dessa árvore ele cavou um buraco que descia até o mundo habitado por homens e animais e por este buraco guiou o primeiro homem até a superfície.

Kaang então sentou à borda do buraco observando enquanto as pessoas subiam, seguindo o primeiro homem. Em seguida, Kaang começou a trazer os animais.

Apressados, alguns animais descobriram como subir pelas raízes da árvore e continuaram subindo até os galhos, que percorreram dispersando-se em várias direções sem que Kaang reparasse.

Depois de ter subido o último dos animais, Kaang reuniu homens e animais instruindo-os para que vivessem pacificamente. Então, dirigiu aos homens e mulheres ordenou que evitassem fazer fogo, pois com o fogo viria um grande mal. Homens e mulheres prometeram a Kaang jamais fazer fogo.

Dando-se por satisfeito, Kaang partiu para um lugar de onde pudesse observar seu novo mundo em segredo.

Ao entardecer, homens e animais observaram com assombro e fascínio o sol desaparecer sob o horizonte. Mas quando a noite caiu, o medo entrou no coração das pessoas: como não tinham olhos tão bons como os dos animais, elas não mais podiam ver umas às outras.

Tampouco as pessoas tinham a quante pelagem ou plumas dos animais para se aquecer, e começaram a sentir muito frio.

Como se não bastasse, famintos animais que não haviam ouvido as instruções de Kaang começaram a rondar o grupo ameaçadoramente.

Em desespero, um homem sugeriu que fizessem uma fogueira. Os homens fizeram a fogueira e logo todos podiam ver-se, estavam aquecidos e sentiam-se mais seguros pois o fogo afugentara os animais.

Assim os homens se afastaram dos animais e perderam a capacidade de se comunicar com eles.

E hoje, ao invés da amizade, o medo é o que liga os homens aos animais.

(Foto: bosquímanos fazendo fogo, por Jezand Jennie - http://jennieandjez.wordpress.com/)


(¹) Khoisan (também conhecidos por bosquímanos ou boximanes, hotentotes, coisã ou coissã) é a designação de uma família de grupos étnicos existentes na região sudoeste de África, que partilham algumas características físicas e linguísticas. Aparentemente, estes povos têm uma longa história, estimada em vários milhares, talvez dezenas de milhares de anos, mas neste momento existem apenas pequenas populações, principalmente no deserto do Kalahari, na Namíbia, mas também no Botsuana e em Angola.

História

Os khoisan atuais podem ser descendentes de povos caçadores-recolectores que habitavam toda a África Austral e que desapareceram com a chegada dos bantos a esta região, há cerca de 2 000 anos. Não é provável que os bantos tenham exterminado os khoisan, uma vez que algumas das suas características linguísticas e físicas foram assimiladas por vários grupos bantos, como os xhosas e os zulus. É mais provável que a redução do seu território de caça, derivado da instalação dos agricultores bantos, tivesse sido uma causa para a redução do seu número e da sua área habitada.

Até a instalação dos holandeses e franceses huguenotes na África do Sul, há cerca de 200 anos, estes povos ainda povoavam grandes extensões da Namíbia e do actual Botswana. Em seguida, porém, foram praticamente exterminados, uma vez que não aceitavam trabalhar nas condições que os novos colonos exigiam.

Estes colonos chamaram-lhes hotentotes - que significa "gago" na língua neerlandesa, provavelmente devido à sua língua peculiar - ou bushmen, ou seja "homens da floresta", termo que foi adaptado para a língua portuguesa como bosquímanos. Ambos os nomes têm, actualmente, uma conotação pejorativa, assim como o termo san usado para um grupo específico de khoisan, que, na sua língua, significa "estrangeiro". Os nomes que se utilizam, actualmente, são derivados dos nomes das suas línguas (ver línguas khoisan). No entanto, a palavra hotentote continua a ser utilizada nos nomes de várias plantas e animais da África do Sul, como o chorão-das-praias (Carpobrotus edulis, em inglês hottentot fig, "figo hotentote"), ou o toirão-hotentote (Turnix hottentotta).


Anatomia

Fisicamente, os khoisan são em média mais baixos e esguios que os restantes povos africanos. Além disso, possuem uma coloração de pele amarelada e prega epicântica nos olhos, como os chineses e outros povos do Extremo Oriente. Algumas destas características são agora comuns a outros grupos étnicos sul-africanos, sendo patentes por exemplo em Nelson Mandela.
Uma outra característica física dos khoisan é a esteatopigia das mulheres (grande desenvolvimento posterior das nádegas), que levou a que uma mulher tivesse sido levada para a Europa no século XIX e usada para exibição em feiras, a famosa Vénus Hotentote.

Genética

Os khoisan possuem o mais elevado grau de diversidade do ADN mitocondrial de todas as populações humanas, o que indica que eles são uma das comunidades humanas com uma história mais antiga. O seu cromossomo Y também sugere que os khoisan se encontram do ponto de vista evolucionário muito perto da raiz da espécie humana.

De acordo com um estudo genético autossômico de 2012, os khoisan podem ser divididos em dois grupos, correspondentes às regiões noroeste and sudeste do Kalahari, os quais se separaram dentro dos últimos 30000 anos. Todos os indíviduos testados na amostra apresentaram ancestralidades de populações não-khoisan que foram introduzidas no período de 1200 anos atrás, como resultado da expansão bantu. Além disso, os hadzas, um grupo de coletores caçadores do Leste da África, que também utilizam uma língua baseada em cliques (como a dos khoisan), possuem um quarto de sua ancestralidade vindos de uma população relacionada aos Khoisan, revelando uma ligação genética antiga entre o Sul da África e o Leste da África.

(fonte: Wikipedia)

17 de jan. de 2013

O CÃO DE TODOS



O lugar chama-se San Donaci, um vilarejo de 7 mil habitantes situado na província de Brindisi, bem no salto da bota italiana.
 
Nesse pequeno vilarejo morava uma senhora chamada Maria Margherita Lochi, a quem todos chamavam "Maria do Campo", porque morava ao lado do campo de futebol.
Poderiam tê-la apelidado "Maria dos Cachorros", porque acolher cães abandonados era o que dona Maria fazia além dos cuidados cotidianos a que se dedicam as solteironas do sul da Itália.
 
Talvez numa manhã cinzenta de inverno ou talvez numa tarde de calor escaldante - isso só os protagonistas sabem, mas nenhum irá nos dizer - dona Maria encontrou nas ruas um cão pastor a quem acolheu dando o nome de Tommy.
 
Daquele dia em diante tornaram-se inseparáveis. Onde quer que dona Maria fosse, Tommy ia junto e se a entrada de cachorros não era permitida, aguardava pacientemente à porta.
 
"Ele costumava atender à missa com a Maria e era obviamente tão devotado a ela que deixei que entrasse, pois era muito bem comportado e nenhum paroquiano jamais reclamou." - relata padre Donato, o vigário da paróquia de Santa Maria Assunta, acrescentando:
 
"Ele ainda vem à missa mesmo depois do funeral de Maria. Ele espera pacientemente ao lado do altar e só fica lá, sentado em silêncio. Não tive coragem de expulsá-lo, pois perdi meu cão recentemente, então deixo que assista à missa, depois deixo que saia."
 
"Perdi meu cão atropelado um tempo atrás...", relata Domenico Serio, prefeito de San Donaci, "e outro dia, caminhando com minha esposa, nos deparamos com Cicco. Pensamos imediatamente em adotá-lo. Ao ser chamado ele se aproximou oferecendo a pata com familiaridade. Seguimos para casa, e durante o percurso aproximaram-se o vendedor de sanduíches, o açougueiro e várias outras pessoas. Percebi então que as pessoas de todo o vilarejo já tinham adotado Cicco, e não tive coragem de romper essa comunhão. As crianças até arranjaram um lugar para ele dormir. Cicco é, em poucas palavras, o cão de todos."
 
BOM DIA!!!

16 de jan. de 2013

A ORIGEM DOS PANDAS - FOLCLORE CHINÊS



BOM DIA!!!
 
Era uma vez na China, há muito, muito tempo atrás uma garotinha que amava os pandas - que naquele tempo eram todos branquinhos, como os ursos polares.
 
Certo dia, passeando pela floresta, a garotinha viu um panda indefeso ser atacado por um leopardo. Sem hesitar, ela armou-se com uma vara de bambu e partiu em defesa do panda golpeando vigorosamente o leopardo.
 
Embora usasse toda a força e vontade, seus golpes mais irritaram do que afugentaram o felino que ao ver-se atacado reagiu com violência matando-a impiedosamente enquanto o panda escapava ileso.
 
Quando a notícia se espalhou, todos os pandas da floresta se reuniram para prestar homenagens e expressar sua gratidão à menina ostentando braçadeiras pretas em sinal de luto.
 
Molhada pelas copiosas lágrimas dos pandas, a tinta preta das braçadeiras começou a escorrer, manchando seus peitos e parte dos braços. Também seus olhos foram manchados ao secar o pranto.
 
A cada vez que um panda abraçava outro para consolá-lo, deixava marcas pretas em suas costas, e quando não suportando o som da própria tristeza os pandas finalmente cobriram seus ouvidos, acabaram manchando-os também.
 
Esta lenda chinesa conta a origem das manchas dos pandas, símbolos da paz para os chineses porque, segundo os antigos, os pandas só se alimentam em procriam em tempos de paz.

13 de jan. de 2013

AS ARARAS TAMBÉM AMAM


(... até mais que muita gente)
 
Era uma vez uma arara macho chamada Príncipe, que vivia com seu dono em Bangladesh. Se viviam felizes ou não, não se sabe - presume-se que sim; mas um dia o dono precisou mudar para um apartamento sem espaço apropriado para Príncipe.
 
O dono então contactou o diretor de um zoológico particular, pedindo que cuidasse do seu bichinho por 5 anos - o porquê desse prazo não está claro na história, mas digamos que seja o tempo necessário para o dono de Príncipe concluir seus estudos ou juntar dinheiro para mudar-se para uma casa maior.
 
O diretor do zoológico aceitou de pronto o belo espécime, e ao constatar algum tempo depois que o bichinho parecia triste e solitário, adquiriu de um exportador de aves brasileiro uma arara fêmea a quem deu o nome de Princesa.
 
Príncipe e Princesa se apaixonaram quase que instantaneamente e constituíram família, gerando 3 filhotes.
 
Essa singela história de amor teria ficado por aí, se findos os 5 anos o legítimo proprietário de Príncipe não reaparecesse reclamando seu animal. O diretor do zoológico tentou argumentar que a ave agora era um chefe de família com responsabilidades e tudo o mais, mas o dono não arredou pé: queria seu passarinho e ponto final.
 
A querela foi parar na justiça. E no dia 3 de janeiro, Príncipe foi entregue ao seu dono de direito, como rezam as leis do Direito.
 
Mas Princesa não se conformou. Desde o instante que viu seu parceiro ser retirado da gaiola, passou a recusar alimentação.
 
Preocupado com a saúde de Princesa, o diretor do zoológico recorreu da sentença; e passados cinco dias desde o começo da greve de fome, Príncipe foi finalmente devolvido à sua família.
 
Araras são assim. Podem dar suas voadas por aí e fazer muita festa e barulho, mas quando encontram um parceiro é para a vida toda.
 
Este texto se baseia em várias fontes, particularmente esta: http://tribune.com.pk/story/491016/bangladesh-court-reunites-lovesick-parrot-with-her-prince.
(Foto: Princesa e Abdul Wadud, diretor do zoológico em frente à Corte de Dhaka, Bangladesh, por Munir Uz Zuman / AFP /Getty Images)
BOM DIA!! UM DOMINGO CHEIO DE AMOR PARA TODOS!!!

11 de jan. de 2013

NA CORDA BAMBA DA VIDA




Era uma vez um homem que buscava seu sonho e sabia que caminho seguir para realizá-lo.

No meio do caminho entre o sonho e sua realização havia uma ponte sobre um rio de águas perigosas.

No meio da ponte, o homem que buscava seu sonho deparou-se com um homem trazendo uma corda enrolada à cintura.

- Pode segurar para mim, por favor? - pediu o estranho estendendo uma ponta da corda.

De boa vontade, o homem que buscava seu sonho tomou a corda nas mãos.

- Obrigado. - disse o homem que vinha - Duas mãos, por favor, segure bem firme.

E com essas palavras, o homem saltou da ponte.

- Que loucura é essa? - gritou o homem que buscava seu sonho agarrando firmemente a corda.

- Só segure firme, por favor: eu certamente morrerei se você soltar! - gritou o homem pendurado na corda.

- Isto é ridículo! - protestou o homem que buscava seu sonho tentando içar o outro - Não consigo puxá-lo sozinho. Por que fez isso?

- Minha vida agora está em suas mãos, sou sua responsabilidade. - respondeu o homem pendurado na corda.

- Escute... - pediu o homem que buscava seu sonho - Não posso segurá-lo indefinidamente. Tampouco posso puxá-lo, mas se você apoiar as pernas contra o pilar da ponte e começar a escalar eu posso ajudá-lo a subir.

- Para quê, se tudo que precisa é ficar aí segurando? - foi a resposta.

O homem que buscava seu sonho olhou ao redor em desamparo, mas não havia ninguém mais para ajudá-lo, nem mesmo algum poste ou aresta onde pudesse amarrar a corda. Consultando o relógio, reparou que a janela de sua grande oportunidade começava a se fechar. Se fosse outra pessoa, ponderou, poderia facilmente soltar a corda, abandonar o homem pendurado à própria sorte e chegar ao seu destino ainda a tempo de concretizar seu sonho; mas sendo quem era, sabia que viveria pelo resto de seus dias sentindo-se culpado e infeliz.

- O que você quer de mim? - bradou frustrado.

- Só estou pedindo sua ajuda! - suplicou o homem pendurado.

- Como posso ajudá-lo, se não tenho forças para puxá-lo e não há nada em que amarrar a corda enquanto vou buscar ajuda?

- Eu já disse: é só segurar. - argumentou o homem pendurado - Será que é pedir demais?

Foi quando o entendimento atingiu o homem que buscava seu sonho como um raio:

- Se você quer passar o resto da vida aí pendurado nesta corda é problema seu, mas tenho planos melhores para a minha vida do que passar o resto dos dias segurando enquanto você não faz nada para subir! - gritou decidido - Cada um é sujeito do próprio destino: estou devolvendo a você o poder de decisão sobre sua vida!

- Não estou entendendo! - protestou o homem pendurado - Que tipo de egoísta é Você para me abandonar justo agora? O que poderia ser mais importante para você do que a minha vida?

- Sua vida, sua decisão... - argumentou o homem que buscava seu sonho - Ou você começa a subir para se salvar enquanto eu sirvo de contrapeso, ou eu vou largar a corda. A decisão é sua.

Não houve resposta a essas palavras, nem sequer um movimento na corda que indicasse que o homem pendurado estava fazendo algum esforço para se salvar.

- Muito bem... - declarou o homem que buscava seu sonho - Aceito sua escolha.

E dizendo isso, largou a corda e seguiu seu caminho sem culpa.

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Parábola encontrada na internet. Adaptação minha.
Foto: Walking the Tight Rope, por Harold Naideau.

8 de jan. de 2013

DIA DO FOTÓGRAFO


No fundo a Fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa. (Roland Barthes)
 
Minha gratidão aos homens e mulheres cujo olhar mágico enriquece a todos com visões de um mundo mais fértil em realidades do que se possa imaginar.
 
(Foto de Henry Cartier-Bresson)

5 de jan. de 2013

EXEMPLO


A senhora da foto aí se chama Yu Youzhen.
 
Ela tem 53 anos e há 15 trabalha como faxineira para o distrito de Wuchang, recebendo 467 Reais mensais para manter limpo um trecho de 3 km de rua seis dias por semana. Yu levanta às seis da matina todo o santo dia, prepara o café, uma marmita e vai pro trabalho.  Nenhuma novidade pra uma mulher que nasceu na zona rural e cresceu carregando sacos de verduras e hortaliças para abastecer os mercados.
 
Só que Yu Youzhen é uma milionária. Sim, essa senhora é proprietária de 17 imóveis alugados (não estou contando outros três que vendeu recentemente); e tem uma renda que lhe permitiria viver luxuosamente sem ter que lascar uma unha pelo resto da vida.
 
Essa fortuna começou a ser acumulada ainda nos anos 80, quando juntando as economias, ela e o marido construíram três casas de 5 andares para alugar. E desde então, como dinheiro chama dinheiro, a fortuna vem se multiplicando.
 
Mas ao invés de passar os dias entre compras, spas e salões de beleza, ela prefere o trabalho árduo e humilde de limpar a sujeira dos outros:
 
- Quero dar um exemplo aos meus filhos. Aquele estilo de vida só lhes faria mal a longo prazo.
 
E o exemplo está funcionando. Ao invés de correr pelas ruas da cidade numa flamejante Ferrari, o filho trabalha como motorista, recebendo modestos 656 Reais por mês. E a filha também trabalha, ao invés de passar o dia perambulando pelos shoppings com as amigas ou fofocando nos salões de beleza.
 
Isso dá ou não dá o que pensar?
 
BOM DIA!!!